18 de maio de 2009

FEIRA MEDIEVAL: FRUTARIA E VEGETAIS

Frutas e vegetais


Colheita de repolho. Tacuinum Sanitatis, século XV.

Os grãos eram o constituinte primário da maior parte das refeições, mas outros vegetais, como repolho, beterraba, cebola, alho, e cenoura eram alimentos comuns. Muitos desses eram comidos diariamente por camponeses e trabalhadores, mas eram de menos prestígio que a carne. Os livros culinários, direcionados mais àqueles que poderiam adquirir tal luxo, e que apareceram no fim da Idade Média, continham apenas um número pequeno de receitas utilizando tais vegetais, a não em ser pratos de acompanhamento e em sopas com carne e vegetais. Eram utilizadas muitas variações da cenoura na Idade Media: entre elas uma variedade saborosa vermelho-escura e um outro tipo, de menos prestígio, de cor verde-amarelada. Vários legumes, como grão-de-bico, fava e ervilha eram também comuns e importantes fontes de proteínas. Com exceção das ervilhas, estes não eram vistos com bons olhos pelos dietistas da época, parcialmente por sua tendência de causar flatulência. A importância dos vegetais para as pessoas comuns é ilustrada por relatos da Alemanha do século XVI, os quais afirmam que muitos camponeses comiam chucrute de três a quatro vezes por dia.

As frutas eram populares e poderiam ser servidas frescas, secas ou em conserva, e eram ingredientes comuns em muitos pratos de carnes. Sendo caros o açúcar e o mel, era comum incluir muitos tipos de frutas em pratos que requeressem adoçantes de algum tipo. As frutas da preferência no sul eram limões, cidras, laranjas-azedas (a variação doce foi introduzida centenas de anos depois), romãs, marmelos e, naturalmente, uvas. Mais ao norte, maçãs, pêras, ameixas e morangos eram mais comuns. Figos e tâmaras eram consumidos em toda a Europa, mas eram importações um tanto caras no norte.

Ingredientes comuns e freqüentemente básicos em muitas cozinhas européias modernas, como batatas, feijão-roxo, cacau, baunilha, tomates, pimentas e milho não eram utilizados pelos europeus até o fim do século XV, com o contato destes com os americanos, e mesmo depois disso freqüentemente levava muito tempo para que os novos alimentos fossem aceitos por toda a sociedade.

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