28 de abril de 2009

BIOGRAFIA: NUNO ÁLVARES PEREIRA

Nuno Álvares Pereira
Nuno Álvares Pereira é um dos cavaleiros portugueses mais conhecidos da nossa história, não só pela sua bravura, mas por toda a história da sua vida.
Filho de uma família fidalga, Nuno Álvares Pereira nasceu a 24 de Julho de 1360 e tinha pouco mais de 20 anos quando se deram as suas grandes aventuras contra os exércitos castelhanos.
Com apenas 13 anos entrou para a corte do rei D. Fernando, sendo então escolhido para ser escudeiro da rainha D. Leonor Teles ao mesmo tempo que aprendia tudo sobre a guerra e as armas com um tio. Pouco tempos depois foi logo armado cavaleiro.
Sabias que se casou com apenas 16 anos? Pois é, nesse tempo era mesmo assim! Casou-se por conveniência dos pais em 1376, com D. Leonor de Alvim. Também esta situação era muito comum na época.
Durante a crise de 1383, provocada pela morte de D. Fernando, colocou-se ao lado do Mestre de Avis, que parecia mais preocupado em defender os interesses de Portugal do que D. Leonor Teles, a regente do reino.
D. João, Mestre de Avis, chamou-o para o conselho do governo e mais tarde, durante as cortes de Coimbra, nomeou-o Condestável do Reino, um cargo criado pelo rei D. Fernando.
Entre 1383 e 1385 liderou o exército português a várias vitórias, sendo as mais conhecidas as da Batalha de Aljubarrota e da Batalha dos Atoleiros, onde usou a técnica do quadrado.
Esta técnica baseou-se numa estratégia militar usada por Alexandre Magno em exércitos maiores, e que Nuno Álvares Pereira tinha descoberto há pouco tempo num livro. Decidiu adaptá-la e resultou!
Em 1388 iniciou a edificação da capela de São Jorge de Aljubarrota e, em 1389, a do convento do Carmo, em Lisboa, onde se instalaram os frades da ordem do Carmo, no ano de 1397.
Tornou-se rico e poderoso, mas soube dividir com os seus companheiros de armas grande parte das terras que lhe foram doadas. No fim da vida, teve o cuidado de repartir também pelos netos os seus domínios e títulos.
Sabias que a sua vida de soldado não acabou com a crise de 1383/85?Ainda participou na conquista de Ceuta, em 1415, onde mostrou novamente o seu grande valor.
Nunca perdeu uma batalha que fosse liderada por si. Conta-se que a sua espada, que tinha o nome de Maria gravado, lhe dava a devida protecção.
Nuno Álvares Pereira acabou a sua vida ligado à Igreja.Depois de se tornar viúvo entrou para o Mosteiro do Carmo em 1423, por ele fundado, mudando o nome para frade Nuno de Santa Maria. Por ter dedicado os seus últimos dias à Igreja e a ajudar os mais pobres, depois da sua morte, em 1431, o povo começou a chamá-lo de Santo Condestável.Este título nunca foi verdadeiro, mas ficou perto com a sua beatificação em 1918.
Uma das filhas de Nuno Álvares Pereira casou com D. Afonso, um dos filhos de D. João I, dando início à Casa de Bragança, uma família que reinou em Portugal e da qual é descendente D. Duarte de Bragança.

D.3. : Crises e revolução no século XIV

A Revolução de 1383-85
Causas:
- Crise económica: medidas para solucionar: Leis dos Trabalho de D.Afonso IV e Leis das Sesmarias de D. Fernando.
-Crise social: revoltas populares
-Crise política: morte de D. Fernando com uma única filha, D. Beatriz, que era casada com D. João I de Castela pelo acordo do "Tratado de Salvaterra de Magos", segundo o qual, caso D. Fernando não tivesse um filho varão, quem lhe sucederia no trono seria D. Beatriz.
D. Fernando morreu em 1383, a sua esposa, D. Leonor Teles, sucedeu-lhe como regente e mandou aclamar D. Beatriz como rainha.
Contudo, a população portuguesa não aceitou esta aclamação sentindo que a independência do Reino estava ameaçada.
Foi então organizada uma conspiração, chefiada por alguns nobres e burgueses, para derrubar o poder de D. Leonor Teles. Esta conspiração foi chefiada por D. João, Mestre de Avis.
D. Leonor fugiu para Castela. O Mestre foi aclamado "Regedor e Defensor do Reino". Iniciou-se um longo período de guerra entre Portugal e Castela.
O exército português comandado pelo condestável Nuno Álvares Pereira, obteve uma vitória nos Atoleiros e a cidade de Lisboa estava cercada pelo rei castelhano do qual levantou o cerco.
O Mestre de Avis foi aclamado rei, nas Cortes de Coimbra de 1385, com o título de D. João I, iniciando a dinastia de Avis.
O rei de Castela volta a invadir Portugal sendo derrotado na batalha de Aljubarrota e apaz só foi assinada em 1411.

D.3. : Crises e revolução no século XIV

Crise do século XIV
Causas:
- O aumento da população foi maior do que o aumento da capacidade de produção, logo, havia menos alimentos.
- Uma sucessão de maus anos agrícolas entre os finais do século XIII e os inícios do XIV deu origem a fomes por toda a Europa.
- A propagação de pestes (facilitada pelas más condições de higiene e porque os corpos estavam debilitados pela fome); a mais grave a Peste Negra,que matou cerca de um terço da população europeia.
-A ocorrência de diversas guerras que provocaram muitas mortes e empobreciam os Estados: a Guerra dos Cem Anos (1337-1453) entre a Inglaterra e a França, as Guerras Fernandinas e a Guerra da Independência, entre Portugal e Espanha, são alguns dos muitos conflitos que afectaram a Europa.
No século XIV houve uma forte quebra demográfica devido a um aumento da taxa de mortalidade.
A economia foi então afectada pela falta de mão-de-obra e a carência de cereais.
Isto provocou uma rápida subida de preços. Esta inflação fez com que a moeda perdesse valor, havendo assim uma desvalorização monetária.
A quebra demográfica e a crise económica provocam tensões e agitação social nas cidades e nos campos.
Baixaram os salários dos camponeses e aumentaram os impostos e tributos.
Muitos camponeses abandonaram os campos e fugiram para as cidades.
As revoltas rurais eram movimentos de camponeses que atacavam as casas senhoriais e perseguiam os nobres. Estas eram reprimidas, com grande violência, pelos senhores feudais.
As revoltas urbanas eram organizadas por aprendizes e artífices contra as famílias de ricos mercadores que dominavam o comércio e governavam as cidades.
No século XIV deu-se uma crise religiosa. Entre 1378 e 1417, a Igreja Católica esteve dividida pelo Grande Cisma do Ocidente. A cristandade passou a ter dois papas, um em Roma e outro em Avinhão (França). Desenvolveram-se nesta época muitas heresias.
A conjugação das muitas calamidades que se viveram no século XIV conduziu a uma situação de insegurança: o medo; a descrença na vida e a ideia da morte marcavam o quotidiano.
Vivia-se numa atmosfera de medos e de ódios que deu origem a uma crise colectiva de mentalidades.

D.3. : Crises e revolução no século XIV



O desenvolvimento económico que se verificou na Europa nos séculos XII e XIII foi interrompido no século XIV. Fomes, pestes e guerras assolaram o Ocidente dando origem a uma profunda crise na economia, na sociedade, na política e nas mentalidades.
Alguns monarcas, como os reis portugueses D. Afonso IV e D. Fernando, tomaram medidas para tentarem solucionar a crise, mas não conseguiram. A situação agravou-se dando origem a revoltas nos campos e nas cidades.
Em Portugal, a estas calamidades juntou-se ainda uma crise política que pôs em risco a independência nacional- a crise e a Revolução de 1383-85

23 de abril de 2009

SÃO BENTO DE NÚRSIA



São Bento de Núrsia
Nascido em Núrsia, Itália, em cerca de 480, morreu em Monte Cassino em 21 de Março de 543 ou 547, a sua vida é conhecida através dos Diálogos do Papa São Gregório Magno. Filho de proprietários rurais, segundo uns, e de uma família nobre romana de Núrsia, segundo outros, uma tradição aceite por São Bedo diz que ele teria uma irmã gémea chamada Escolástica. São Bento passou a sua juventude a estudar em Roma, mas cedo se retirou da vida dissipadora da cidade e resolveu ir viver para uma comunidade de ascetas em Enfide, fazendo-se mais tarde anacoreta em Subiaco, onde realizou o seu primeiro milagre. Durante estes anos de solidão, São Bento teve tempo de amadurecer as suas ideias, e, pela sua conduta, ganhar o respeito de todos à sua volta. De tal forma que a morte de um abade de um mosteiro das redondezas, que alguns dizem ser de Vicovaro, fez com que a respectiva comunidade escolhesse São Bento como seu abade. Conhecendo a vida e a disciplina do mosteiro e alegando que a sua maneira de viver não estava de acordo com estas, São Bento recusou inicialmente mas, perante a insistência, acabou por dar o seu consentimento. A experiência falhou porque os frades não estavam habituados à maneira dura de viver do santo e tentaram envenená-lo, voltando São Bento para a sua gruta. Os seus milagres tornaram-se frequentes, a partir de então, e muitas pessoas atraídas pela sua santidade vieram viver para Subiaco. Fundou uma comunidade de monges distribuída por doze pequenos mosteiros, em cada um dos quais havia um monge superior e doze monges, mantendo-se o santo abade de todos eles. Nestes mosteiros começaram a funcionar escolas para crianças onde estudaram Mauro e Plácido. Em 529, transferiu-se com os seus monges para o Monte Cassino, onde escreveu a sua famosa Regra e atraiu muitos discípulos e simples fiéis até à data da sua morte com a sua santidade, a sua sabedoria e os seus milagres. Monte Cassino foi fundado no lugar de um antigo templo pagão dedicado a Apolo e São Bento juntou a sua comunidade num único edifício. Ao contrário de Subiaco, Monte Cassino era situado num distrito populoso, com várias dioceses e mosteiros, o que proporcionava o convívio e a visita de prelados, nobres e das restantes classes sociais, tornando-se o refúgio e a protecção dos pobres. Escolástica, a irmã de São Bento, visitava-o uma vez por ano e faleceu numa das visitas tendo vindo a ser enterrada no túmulo que São Bento tinha preparado para si próprio, em Monte Cassino, e onde também veio a ser enterrado. O corpo de São Bento foi trasladado para Fleury, em 693, tendo mais tarde o Papa Zacarias mandado trazer uma parte das suas relíquias para o Monte Cassino.
São Bento era conhecido pela sua grande simpatia, carinho e por uma grande capacidade de sacrifício e dedicação à sua comunidade. A Regra de São Bento, escrita em latim vulgar, tem como fontes a Sagrada Escritura, os santos Pacómio, Basílio, Leão Magno, Jerónimo e Agostinho, entre outros. Foi redigida para os cenobitas e é actualmente seguida por Beneditinos, Cistercienses, Camáldulos e outros, tendo sido traduzida em Portugal pela primeira vez em Alcobaça, no século IV. Segundo alguns estudiosos, a Regra de S. Bento foi escrita para leigos, para que estes observassem uma vida o mais próxima possível do Evangelho, e não para clérigos, já que a intenção de S. Bento não era constituir uma ordem ou uma regra para clérigos. Com a imposição por parte da Igreja do estado de clericanismo aos Beneditinos, foi levada a cabo a consequente imposição dos deveres clérigos e sacerdotais. No entanto, as características de leigos permaneceram e distinguem a ordem das restantes. Uma das características da ordem é o trabalho como meio de se atingir o bem e chegar a Deus, a outra é o carácter social da ordem e do seu sentido de comunidade vivendo para o bem dos outros. Seguindo um ideal de pobreza, este é muito diferente do ideal de pobreza defendido por São Francisco de Assis, já que admite alguns poucos bens pessoais e bens da comunidade que podem ser muitos mas devem sempre ser utilizados para benefício do próximo.



Como referenciar este artigo:
São Bento de Núrsia. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-04-23].

PESTE NEGRA

Peste Negra na Europa Ocidental
Ilustração de um Médico
de Peste em 1656
Grande epidemia que devastou a Europa Ocidental entre 1347 e 1351. Provavelmente seria a 
junção da peste bubónica com a pneumonia. Julga-se que teve origem na China e na Ásia Interior e que foi transmitida aos europeus em 1347 quando um exército, vindo da Crimeia, fez escala em vários portos mediterr
ânicos. A doença propagou-se pela Sicília, em 1347; pela África do Norte, pela Espanha, por Portugal, pela Inglaterra e pela França, em 1348; pela Áustria, pela Hungria, pela Suíça, pela Alemanha e pelos Países Baixos, em 1349; pela Escandinávia e pelos países do Báltico, em 1350.

Como referenciar este artigo:
Peste Negra na Europa Ocidental. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-04-23].

CISMA DO OCIDENTE

Cisma do Ocidente
Habemus Papam noConcílio de Constança.
O grande Cisma do Ocidente ocorreu entre 1378 e 1417. Já anteriormente tinham ocorrido divisões na Igreja Católica mas nenhuma delas com esta importância.
De 1308 a 1378 os papas deixaram Roma para se fixarem em Avinhão (Sul de França), inaugurando um período designado por "Cativeiro de Avinhão". Nesta altura, a autoridade e o prestígio dos papas tinha decaído na Europa e, ao contrário dos séculos anteriores, não tinham autoridade para intervir nos assuntos da política internacional e, a nível interno de cada um dos reinos, essa ingerência era cada vez mais limitada.
Após a morte de Gregório XI, o conclave formado por 16 cardeais foi pressionado pelo povo que exigia um papa romano ou italiano. Foi eleito o arcebispo de Bari que tomou o nome de Urbano VI. Apesar dos tumultos aquando da eleição, nada fazia prever o cisma. A 9 de Agosto de 1378 os cardeais assinaram um documento declarando a eleição nula e a 20 de Setembro elegeram o cardeal de Genebra que tomou o nome de Clemente VII. Ambos os papas se declararam legítimos e excomungaram-se mutuamente. Consumou-se assim o cisma - Urbano VI ficou em Roma e Clemente VII instalou-se em Avinhão. A Urbano VI sucederam Bonifácio IX (1389-1404), Inocêncio VII (1404-1406) e Gregório XII (1406-1415). A Clemente VII sucedeu Bento XIII (1406-1423). O mundo católico dividiu-se entre apoiantes de Urbano VI e apoiantes de Clemente VII, de acordo com as alianças políticas ditadas pela Guerra dos Cem Anos. Clemente VII foi apoiado pelos reinos da França, Nápoles e mais tarde por Castela, Aragão, Lorena e Escócia. O imperador da Alemanha, o rei da Inglaterra e o conde da Flandres apoiaram Urbano VI.
Foram tentados vários processos para terminar com o cisma que ninguém queria. Um dos processos foi o Concílio de Pisa. Este concílio depôs ambos os papas e elegeu Alexandre V (1409-1410) a quem sucedeu João XXIII (1410-1415). A deposição não foi, no entanto, aceite e a partir desta altura coexistiram três papas. Em 1415, pelo Concílio de Constança, foi finalmente restabelecida a unidade religiosa. João XXIII foi deposto e aceitou humildemente a decisão, Gregório XII abdicou voluntariamente e Bento XIII foi excomungado. Em 1417 foi eleito Martinho V que toda a Igreja reconheceu como sendo o papa legítimo. O sucessor de Bento XIII, Clemente VIII, renunciou e terminou assim definitivamente com o cisma.
Portugal apoiou o papa que mais convinha às suas alianças políticas. Manteve uma posição neutral até 1380, e em Janeiro deste ano D. Fernando anunciou, em Évora, a sua adesão a Avinhão. A renovação da aliança portuguesa com Inglaterra levou a que em 1381 D. Fernando declarasse que reconhecia Urbano VI como sendo o papa legítimo. Após a morte de D. Fernando e com a crise de nacionalidade que se lhe seguiu, Portugal manteve-se fiel a Urbano VI, acusando os castelhanos de serem hereges e cismáticos por apoiarem Avinhão. A fidelidade portuguesa a Roma manteve-se até ao Concílio de Pisa, altura em que D. João I, acompanhando a posição da maioria dos países católicos, reconheceu o papa saído deste concílio.

Como referenciar este artigo:
Cisma do Ocidente. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-04-23].

GUERRA dos CEM ANOS

Guerra dos Cem Anos
Conflito que, entre 1337 e 1453, entrecortado por períodos de paz, opôs Inglaterra e França.
Guerra dos Cem Anos
São vários os antecedentes deste conflito e este não se deve entender apenas como conflito militar, a ele se juntam numerosos conflitos e perturbações sociais e económicas. A Inglaterra pretendia expandir-se militar e economicamente e, logicamente, visava o continente. O monarca inglês era vassalo do rei da França pelo ducado da Guiena e pelo condado de Ponthieu; as obrigações de vassalagem eram prestadas a custo e por outro lado os franceses pretendiam reaver estes territórios. As influências francesa e inglesa na Flandres eram também opostas, pois os condes deste território eram vassalos da França e, por outro lado, a burguesia estava ligada economicamente a Inglaterra.O conflito foi desencadeado após a sucessão de Carlos IV de França. Os barões franceses, alegando a lei sálica que impedia a sucessão ao trono por via feminina, escolheram como rei Filipe de Valois (Filipe VI), sobrinho de Filipe o Belo por linha masculina, preterindo Eduardo III de Inglaterra, sobrinho de Carlos VI por sua mãe. Eduardo III reconhece Filipe VI em Amiens em 1329; no entanto, após a intervenção de Filipe VI na Flandres apoiando o conde contra os amotinados flamengos, Eduardo II suspende as exportações de lãs. A burguesia flamenga forma um partido a favor do rei de Inglaterra incitando-o a proclamar-se rei de França. Assim Eduardo III repudia o juramento de Amiens e em 1337 dá início ao conflito.
Guerra dos Cem Anos
A guerra evoluiu por quatro períodos: o 1.º entre 1337 e 1364, o 2.º entre 1364 e 1380, o 3.º entre 1380 e 1422 e o 4.º entre 1422 e 1453. Durante o primeiro período, os ingleses obtiveram várias vitórias, aniquilaram a frota francesa em Écluse (1340), tomaram Calais (1347) e em Poitiers (1356) chegaram a aprisionar o rei francês João o Bom. Em 1360 foi assinado o tratado de Brétigny; por este tratado a Inglaterra passou a exercer soberania sobre uma vasta parte do território francês. Entre 1356 e 1360 rebentou uma revolta em Paris e em 1358 os camponeses assolam várias províncias (Jacquerie). Já dentro do segundo período, Carlos V reconquista aos ingleses todos territórios com excepção de Calais. A luta estendeu-se a Castela com a França a apoiar o candidato à coroa, D. Henrique, contra D. Pedro aliado de Inglaterra. No terceiro período, após a loucura do rei Carlos VI, os candidatos à regência do trono francês dividem-se em dois partidos (Borguinhões e Armagnacs). Os ingleses, mais uma vez, liquidam a cavalaria francesa em Azincourt (1415), aliam-se com os Borguinhões e entram em Paris. Em 1420 é assinado o tratado de Troyes pelo qual a princesa Catarina (filha de Carlos VI) casa com Henrique V de Inglaterra que é coroado rei de França. Só no quarto período surge entre os franceses um verdadeiro sentimento nacional.
Joana d'Arc vence os ingleses em Orleães, Patay e outros lugares e o rei Carlos VII é sagrado em Reims.
O fim da guerra é marcado pela batalha de Castillon em 1453; apenas Calais permanece em poder dos ingleses. Nenhum tratado foi assinado de forma a assinalar o fim das hostilidades; a Inglaterra entra num período de guerra civil (Guerra das Duas Rosas) ao passo que em França a monarquia sai reforçada pelo sentimento nacionalista e caminha progressivamente para o absolutismo monárquico.
Poderá, enfim, dizer-se que a Guerra dos Cem Anos marca o final da Idade Média e anuncia a Época Moderna.

Como referenciar este artigo:
Guerra dos Cem Anos. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-04-23].

20 de abril de 2009

A PENSAR...

D.2. : Arte e Religião: Românico e Gótico:






C:3: A sociedade europeia nos séculos IX a XII.

A SOCIEDADE SENHORIAL

A Sociedade Medieval era uma sociedade TRIPARTIDA (três ordens, TRIFUNCIONAL e HIERARQUIZADA (uns mais importantes que os outros).
A Sociedade Medieval era composta por 3 ordens sociais:

(TRIPARTIDA)
A SOCIEDADE SENHORIAL
1-CLERO
2-NOBREZA
3-POVO

Esta divisão era feita em função de critérios como o nascimento (a linhagem), o poder económico , a posse de propriedades e o desempenho de determinadas funções na sociedade.
(TRIFUNCIONAL):Cada ordem cumpria uma função na sociedade:
-CLERO: rezava e protegia espiritualmente a população; dedicava-se ao ensino e à assistência a pobres e doentes.
- NOBREZA: combatia e protegia fisicamente a população.
- POVO: trabalhava e pagava impostos sustendo os restantes grupos sociais .
A Sociedade Medieval era uma sociedade hierarquizada , isto porque as pessoas estavam ordenadas de acordo com a sua importância social.
O CLERO e a NOBREZA eram PRIVILEGIADOS porque não pagavam impostos, recebiam rendas e tributos e administravam a justiça nos seus territórios, tendo leis e tribunais próprios.

O POVO era NÃO-PRIVILEGIADO e ainda se dividia em COLONOS OU VILÂOS (homens livres que trabalhavam uma terra arrendada ao senhor) ou SERVOS (camponeses não livres que pertenciam ao senhor ou à propriedade)
A sociedade feudal possuía uma estrutura piramidal

Sociedade feudal 
 A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. 
A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. 
O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade.
 Era isento de impostos e arrecadava o dízimo.
 A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. 
Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corveia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).

5 de abril de 2009

CURIOSIDADES DA IDADE MÉDIA


Naquele tempo, a maioria das pessoas casavam-se no mês de Junho (início do Verão), porque, como tomavam o primeiro banho do ano em Maio, em Junho, o cheiro ainda estava mais ou menos...
Entretanto, como já começavam a exalar alguns "odores", as noivas tinham o costume de carregar bouquets de flores junto ao corpo, para disfarçar.
Daí temos em Maio o "mês das noivas" e a origem do bouquet.
Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente.
O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa.
Depois, sem trocar a água (reparem que lindo!), vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças.
Os bebés eram os últimos a tomar banho, portanto! Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível perder um bebe lá dentro.
É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "não deite fora o bebé juntamente com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos...
Os telhados das casas não tinham forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais se aquecerem - cães, gatos e outros animais de pequeno porte, como ratos e besouros.
Quando chovia, começavam as goteiras, os animais pulavam para o chão.
Assim, a nossa expressão "está a chover a cântaros" tem o seu equivalente inglês em "it's raining cats and dogs".Para não sujar as camas, inventaram uma espécie de cobertura, que se transformou no dossel.
Aqueles que tinham dinheiro, possuíam "loiça" de estanho.
Certos tipos de alimentos como o tomate, oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada - lembrem-se que os hábitos higiénicos da época não eram lá grande coisa... .
Daí que durante muito tempo o tomate foi considerado como venenoso.
Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, por vezes, deixava o indivíduo "K.O."(numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho). Quem passasse pela rua pensava que o fulano estava morto, recolhia o corpo e preparava o enterro. (mais nada!)
O "defunto" era então colocado sobre a mesa da cozinha (que linda ideia, não?!) por alguns dias (DIAS?!) e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo (na boa vida é o que é!) e esperando para ver se o morto acordava ou não.
 Daí surgiu a vigília do caixão ou velório, que em inglês se diz “wake”, de "acordar".
A Inglaterra é um país pequeno, e nunca houve espaço suficiente para enterrar todos os mortos. Então, os caixões eram abertos, os ossos retirados e encaminhados ao ossário e, o túmulo era utilizado para outro infeliz (reciclagem!!).
Por vezes, ao abrir os caixões, percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo.
Assim, surgiu a ideia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava presa a um sino.
Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias.
Se o indivíduo acordasse, o movimento do braço faria o sino tocar.
 Assim, ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", como usamos hoje.